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A Câmara Municipal de Cuiabá celebra o centenário da Presidente Ana Maria do Couto

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No próximo dia 13 de setembro, a Câmara Municipal de Cuiabá celebrará o centenário de Ana Maria do Couto (1925-1971), conhecida popularmente e carinhosamente como May (Maí). O principal motivo para esta celebração, ao menos por parte da nossa casa legislativa, é o fato da homenageada ter sido a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Casa, no ano de 1965, sendo a 14ª presidente no período contemporâneo, iniciado em 1947. Somente 40 anos depois uma mulher voltaria a ocupar o posto de presidente, com a vereadora Chica Nunes, em 2005. Por capricho ou razão do destino, logo no ano de centenário de Ana Maria do Couto, o parlamento cuiabano conta com a terceira mulher na presidência, a vereadora Paula Calil.

&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp De início, é valioso registrar algo que demonstra a importância de Ana Maria do Couto como pessoa, e principalmente, como mulher, para a história nacional. Seu nome, com a sua biografia, está na obra “Dicionário Mulheres do Brasil: de 1.500 até a atualidade”, lançado em 2.000. Ao lado dela estão outras 900 mulheres que foram selecionadas pelos autores a partir de diversos critérios, afirmam, mas fundamentalmente a sua relevância como mulher nos então 500 anos de história da nação brasileira. Por isso, tê-la como a primeira presidente da Casa é um fato que nos orgulha imensamente e nos motiva a essa homenagem.

&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp Neste artigo, por conta do propósito da coluna, limitaremos à abordagem de Ana Maria do Couto como vereadora, deixando de lado a sua extensa biografia, que necessitaria de mais laudas, dada a sua grandeza e preciosidade. Couto ingressou na política aos 37 anos de idade. Filiada ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), ela conquistou uma das 13 vagas de vereadores nas eleições de 7 de outubro de 1962. A Dra. May do Couto, dessa forma referenciada nas atas das sessões legislativas, obteve 442 votos nas eleições e tornou-se a terceira mulher a ingressar na Câmara de Cuiabá, sendo a única naquela legislatura. Ao seu lado estavam carimbados homens da política local, como Ranulpho Paes de Barros, Edgar Curvo e Benedito Pedro Dorilêo.

&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp Os 442 votos obtidos por Ana Maria do Couto deram a ela a 11ª colocação entre os vereadores eleitos. Esses votos devem-se provavelmente a sua vida de engajamento e simpatia no meio social. Antes da sua eleição à vereadora, ela já havia sido professora de Educação Física e História na Escola Normal Pedro Celestino, no Colégio Coração de Jesus e no Colégio Estadual, atual Liceu Cuiabano, onde foi diretora em 1959. Foi ainda radialista na Rádio A Voz do D’Oeste, costumava promover e protagonizar eventos na cidade e ingressou na primeira turma da Faculdade de Direito de Mato Grosso, graduando-se em 1963. Com todos os seus predicados e espírito ativo, não faltou apoio a sua candidatura.

&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp O auge como agente político veio em 1965. Nas eleições para Presidente da Casa, ela obteve o apoio de toda bancada do Partido Social Democrático (PSD). Nesse período, haviam 6 vereadores no PSD e igual número na União Democrática Nacional (UDN). Seu voto tornava-se singular como desempate nessa dualidade radical entre UDN e PSD. Foi assim, com o seu próprio voto e a fidelidade do PSD, que ela se elegeu Presidente da Câmara Municipal de Cuiabá em 31 de janeiro de 1965, tornando-se a primeira mulher a ocupar esse cargo. Temos a informação até o momento de que Ana Maria do Couto teria sido a terceira mulher, dentre as câmaras de capitais, a ocupar um cargo de presidente no legislativo municipal, sendo o pioneirismo de Oliva Enciso, na Câmara Municipal de Campo Grande e Alice Antunes Coelho, de Belém, ambas no ano de 1959.

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&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp Em seu discurso de posse, a nova presidente disse aos pares que iria honrar o cargo conferido por eles a ela, zelando pela boa reputação e importância da Edilidade, a qual chamou de Casa Cuiabana. Pediu o engajamento de todos os vereadores em respeito ao povo que deram a eles a legitimidade para cuidarem de Cuiabá, uma cidade que naquele momento estava prestes a alcançar a sua modernidade e possuía inúmeros desafios. May foi elogiada por Vicente Vuolo, que tomou posse como prefeito municipal na mesma sessão. Vuolo afirmou que os vereadores haviam escolhido uma pessoa ilustre e competente, que dirigiria o parlamento com honestidade, colocando a cidade acima de qualquer outro interesse.

&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp Selecionamos episódios de sua passagem pela presidência, o que nos auxilia a caracterizar o seu perfil como líder e o seu prestígio na Casa. Couto protestou sobre a ausência dos vereadores nas sessões solenes, como na homenagem prestada ao Marechal Rondon. De acordo com ela, a ausência dos vereadores nessas sessões era um desrespeito ao vereador requerente, ao homenageado e à sociedade. Ainda sobre homenagens, ela questionou o excesso de honrarias concedidas sem um critério claro, como os títulos de cidadania, o que acabava, de acordo com ela, desprestigiando os condecorados.

&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp&nbsp A presidente foi por vezes elogiada pelos pares, mas também criticada, chegando ao ponto de pedir a sua renúncia do cargo. Isso ocorreu na sessão do dia 26 de novembro após uma discussão com o vereador Edgar Curvo, que era o 1º Secretário e ex-presidente. O vereador Ranulpho Paes de Barros pediu a ela que reconsiderasse aquele pedido, dado que a presidente estava conduzindo a Câmara de forma correta e honesta. &nbspOs demais vereadores, inclusive Edgar Curvo, entenderam que a vereadora não deveria tomar aquela atitude. Curvo pediu desculpas, pois teria sido mal compreendido em sua crítica à gestão.

Mais dois episódios marcam a gestão de Ana Maria do Couto à frente da presidência. No dia 10 de novembro foi realizada uma sessão solene, de sua iniciativa, a fim de homenagear o então Ministro da Guerra, General Artur da Costa e Silva, que se tornaria Presidente da República dois anos depois. Costa e Silva afirmou na solenidade que ao chegar na sessão foi recebido por Ana Maria do Couto. Disse que via nela uma mulher de cultura aprimorada, verificando isso no discurso que proferiu, cheio de beleza e cultura. Já em outro episódio, o colunista Souza Campos parabenizou a atitude da presidente diante das ofensas do prefeito de Aquidauana. O colunista disse que a Dra. May era cuiabana da gema, mulher delicada, meiga, mas que não aceita desaforo algum.

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A gestão de Ana Maria do Couto como presidente acabou oficialmente no dia 30 de janeiro de 1966. Na sessão do dia seguinte ela foi eleita para o cargo de vice-presidente, transferindo a presidência para o vereador Lourival Moreira, que reconheceu ter sido fundamental o apoio dela para a sua vitória. Ainda no ano de 1966, a vereadora passou a se dedicar a um novo desafio. Ela resolveu se candidatar à deputada estadual ao invés de tentar a reeleição como vereadora. May obteve 1.472 votos na eleição realizada em 15 de novembro, sendo 527 deles de Cuiabá, o que não garantiu a sua eleição à Assembleia Legislativa. Não temos a informação se ela participou da eleição realizada em 1969.

Ana Maria do Couto faleceu precocemente. Ela foi acometida por uma doença que a vitimou no dia 17 de outubro de 1971, ainda com 46 anos de idade. Seu legado foi reconhecido pela sociedade, que se entristeceu diante da sua despedida. Da Câmara de Cuiabá partiram homenagens a ela. O presidente Benedito Alves Ferraz decretou luto oficial por três dias no legislativo, e na sessão do dia 20 de outubro, o vereador Ivo de Almeida, representando os demais vereadores, afirmou em discurso que naquele plenário ainda ressoava a voz de Ana Maria do Couto, que conduziu o parlamento de forma serena, deixando a saudade e transformando-se em um símbolo para Cuiabá.

Por fim, temos a convicção de que Ana Maria do Couto construiu uma biografia ímpar, destacando-se na sociedade cuiabana e servido de inspiração para as mulheres em um cotidiano de acentuada desigualdade de gênero. No dia 12 de setembro será realizada uma sessão na Câmara de Cuiabá em homenagem ao centenário de Ana Maria do Couto. Esse é mais um verdadeiro gesto do legislativo cuiabano em reconhecimento ao imenso legado de Ana Maria do Couto.

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Autor: Danilo Monlevade

Secretaria de Apoio à Cultura

[email protected]

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Referências:

COUTO, Francisca do. A Presença de May. Cuiabá, 1973.

Jornal O Estado de Mato Grosso, 18 de março de 1965, Ed. 4.660.

Livros Ata nº 11 e 29 – Acervo da Câmara Municipal de Cuiabá.

Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.

Fonte: Câmara de Cuiabá – MT

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Após resgatar cão ferido, Jean Barros defende ampliação no atendimento da Diretoria de Bem-Estar Animal

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Gláucio Nogueira – Assessoria do vereador Jean Barros

O vereador Jean Barros (PSB) defendeu a ampliação do horário de atendimento da Diretoria de Bem-Estar Animal da Prefeitura de Cuiabá. Em pronunciamento realizado na quinta-feira (11), o parlamentar apontou a necessidade de o órgão realizar os atendimentos também aos finais de semana e relatou o caso de um cachorro resgatado por ele que só sobreviveu porque foi levado para uma clínica veterinária particular.
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Jean contou que recebeu um vídeo de um amigo no último sábado (6) com imagens do animal, um filhote de cachorro, abandonado e bastante machucado na região do Sucuri. “Resolvi ir até o local para tentar localizar o cachorro e o encontrei. O coloquei em uma caixa e segui para a Diretoria de Bem-Estar Animal para que fosse possível fazer o acolhimento do animal”. Perto do cachorro estava um pacote aberto de ração, um frasco de um medicamento e uma garrafa d’água, tudo com etiquetas que mostravam que os produtos deveriam ser administrados ao filhote.
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Ao chegar à diretoria, o vereador constatou que o órgão funciona apenas de segunda à sexta-feira e, naquele momento, estava fechado. “Tentei, então, buscar atendimento por meio do WhatsApp disponível, mas só obtive um retorno na segunda , pela manhã”. Ao constatar a péssima situação do cachorro, Barros optou por levá-lo a uma clínica veterinária privada, arcando com todos os custos.
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Jean explicou que a médica veterinária responsável pelo atendimento constatou fratura exposta em uma das patas e um quadro de infecção, que se alastrava pelo organismo do animal por conta dos ferimentos. “Prontamente optei por arcar com os custos e ele foi atendido de forma muito eficiente pela veterinária, que afirmou que o cachorro, muito provavelmente, morreria em alguns dias se não fosse atendido”.
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Ao receber o retorno da diretoria, Jean foi orientado a levar o cachorro na terça-feira (9) ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Lá, após uma primeira verificação, o parlamentar foi orientado a retornar com o cachorro apenas no dia 17. “Felizmente ele está bem melhor, ativo, se alimentando bem e hospedado na minha casa”.
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Barros ressaltou que se o caso do cachorro abandonado na região do Sucuri teve um final feliz, esta não é a regra para muitos animais. “Infelizmente, nem todas as pessoas que encontram gatos e cachorros vítimas de maus-tratos ou com alguma doença possuem condições financeiras para arcar com os custos em uma unidade particular. Por isso, peço que a Prefeitura de Cuiabá, que tem um compromisso com a causa animal, que veja uma forma de ampliar o atendimento, criando equipes de plantão aos finais de semana, para preservarmos também estas vidas”.
No pronunciamento, Jean informou que irá se reunir com a diretora de Bem-Estar Animal para entender as necessidades do órgão e, com o apoio da Câmara Municipal, auxiliar no que for preciso para que o atendimento seja ampliado. “Sei que há um bom trabalho sendo feito, mas acredito que ele pode ser ainda melhor”, finalizou.

Fonte: Câmara de Cuiabá – MT

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